10 de janeiro de 2013

Rick Riordan

Oi gente,

Estávamos dando uma olhada no site oficial do Rick Riordan (www.rickriordan.com). Achamos um site muito legal! Por isso o Acampamento Bruxo decidiu postar algumas coisas, traduzidas do inglês por nós, aqui. Postaremos cinco perguntas por postagem, mas lembrem-se de que todo o material foi retirado do endereço acima. Não deixem de acessar! ;)


Entrevista com Rick Riordan:


Você foi professor por bastante tempo. Por quê decidiu abandonar a sala de aula?

Essa foi uma decisão difícil. Eu amo ensinar. Eu amo trabalhar com crianças. Durante anos, eu ensinei em período integral e escrevi um livro por ano da série de mistério Tres Navarres.

Quando eu vendi a série Percy Jackson para a editora da Disney, percebi que agora eu teria que escrever dois livros por ano para manter minha meta- um livro adulto e um infantil. Eu simplesmente pensei que não conseguiria me manter em paz e fazer um bom trabalho na sala de aula, então eu fiz a relutante decisão de parar de ensinar.

A boa parte é que eu ainda trabalho com crianças como autor infantil. Esperançosamente, eu conseguirei fazer com que mais crianças fiquem interessadas em livros de mitologia do que eu já fiz como professor.


Seus estudantes sabem que você escreve novelas? E o que eles pensam disso?

Nós nunca falamos muito sobre isso na sala de aula, mas a maioria deles sabia que eu escrevia livros. Suponho que eles achassem isso legal, mas eles tinham muito mais coisas para pensar, estando no ensino fundamental. Lição de casa, pressão dos colegas, quem gosta de quem- todos esses tendem a tomar prioridade diante de o que o professor deles faz.

Eles frequentemente falavam "Uau você escreve livros? Posso ser um personagem?" E eu frequentemente usava nomes de ex-alunos para meus personagens, mas as crianças sempre ficavam surpresas com o quanto se demorava para ver seu nome impresso. Se eu encontrasse um estudante no ensino fundamental, ele/ela provavelmente estaria no ensino médio quando o livro estivesse escrito e nas livrarias.

Meu comentário favorito de um estudante: Eu pedi um trabalho de cinco páginas, e ele rolou os olhos e disse, "Sr.Riordan, só porque você escreve livros não quer dizer que nós também temos que escrever." Eu ri, mas ele ainda teve que escrever o trabalho.

Outra coisa sobre meus livros e estudantes: Quando eu comecei a escrever mistérios para adultos, nunca me ocorrera que alunos do ensino fundamental iriam perguntar se eles podiam lê-los. Eu sempre dizia a eles que não- espere até você for mais velho. Os livros adultos realmente não são apropriados para leitores jovens. Claro, muitas crianças levavam isso como um desafio e imediatamente iam para as livrarias. Eu sempre conseguia dizer quando uma criança havia lido um dos meus livros da Tres Navarre porque ele viria para a sala com um estranho brilho nos olhos como, "Uau, Sr.Riordan, eu não sabia que você era assim rebelde." Eu estou feliz de ter a série Percy Jackson para recomendar para as crianças agora, então eu não tenho mais que passar por aquele dilema.
De onde você conseguiu a idéia para o Percy Jackson?
Meu filho Haley me pediu para contar algumas histórias antes de ele dormir sobre os deuses Gregos e heróis. Eu havia ensinado mitos Gregos por muitos anos no ensino fundamental, então eu fiquei feliz em obedecer. Quando eu já havia contado todos os mitos que conhecia, ele ficou desapontado e me pediu para inventar alguma coisa nova com os mesmos personagens.


Eu pensei sobre isso por alguns minutos. Então eu me lembrei de um projeto criativo que eu costumava fazer com meus alunos de sexta série- Eu dizia a eles que inventassem seu próprio herói meio-sangue, filho ou filha de qualquer deus, e pedia que descrevessem uma missão Grega para aquele herói.No topo de minha cabeça, eu criei Percy Jackson e contei a Haley tudo sobre sua missão de recuperar o raio de Zeus na América moderna. Eu levei cerca de três noites para contar a história inteira e, quando eu a fiz, Haley me disse que eu deveria escrevê-la como um livro.

Eu já tinha muito o que fazer, mas de algum modo eu achei tempo para escrever o primeiro livro de Percy Jackson durante o ano seguinte. Eu realmente gostei de escrevê-lo. A história era divertida, e tão diferente da minha ficção adulta, que eu me encontrei dedicando muito tempo a ela. Agora, eu estou muito feliz que eu tenha feito isso!


Você compartilhou a história de Percy Jackson com algum estudante antes de ela ser publicada?
Sim. Assim que meu filho ouviu o manuscrito e disse que estava ótimo, eu quis ter certeza que isso iria interessar crianças mais velhas também- os alunos de ensino fundamental que eu ensinava. Eu escolhi alguns de meus alunos de sexta, sétima e oitava série e perguntei a eles se eles gostariam de ser o "test drive" da história. Eu estava nervoso! Eu estou acostumado a mostrar meu trabalho para adultos, mas eu não fazia ideia se as crianças gostariam de Percy. Eu finalmente entendi como devia de ser para eles criar uma redação e esperar até que eu desse a eles suas notas!


Felizmente, as crianças realmente gostaram. Elas tinham algumas boas sugestões, também. Elas me ajudaram a escolhas o melhor título para o livro. Elas também tinham algumas boas ideias sobre como Percy deveria agir se ele tivesse TDAH (déficit de atenção e hiperatividade). Um estudante me ajudou a refinar o modo com que a espada de Percy, Anaklusmos, trabalhava.

Eu estou muito feliz de ter mostrado a história para as crianças primeiro. No fim das contas, é para elas que eu escrevo


Você sempre soube que queria ser um escritor? Como você começou?

Eu escrevia muitas pequenas histórias quando eu era jovem, e até enviei algumas (para ser rejeitado). Meu primeiro artigo a ser rejeitado foi para a Revista Isaac Asimov Science Fiction em 1978. Minha mãe guardou isso por anos, e trouxe-o a tona depois de eu conseguir uma publicação.

Eu nunca fui sério em escrever no colégio. Eu focava a maioria da minha criatividade e energia em música, e eu era vocalista de uma banda de rock, se é que dá para acreditar.

Depois da faculdade, eu me tornei professor, e estava feliz com a ideia de fazer isso o resto da minha vida. Porém, eu lia muitos livros de mistério em meu tempo livro, e quando eu e minha esposa nos mudamos para São Francisco, eu comecei a sentir falta do Texas.

Eu decidi, em uma brincadeira, que eu tentaria escrever uma história fervente de um detetive particular na minha cidade natal de Santo Antônio. Dez meses depois, Tequila Vermelha estava terminado.

A coisa estranha é que eu tinha um pressentimento de que Tequila Vermelha seria publicado. Eu só achei ele diferente do que qualquer outra coisa que eu já havia escrito, porque a novela praticamente me forçou a escreve-la. A ideia fluía de minha garganta a eu não me deixaria em paz até que o manuscrito estivesse pronto.

Eu digo a aspirantes escritores que você tem que encontrar o que você DEVE escrever. Quando você encontrar, você saberá, porque o tema principal não deixará você fugir. Não basta apenas escrever porque você acha e seria legal ter algo publicado. Você tem que ser obrigado a escrever. Se não, nada mais que você fizer importa.

Para mim, isso significou fugir de casa por um tempo e aprender a apreciar o que eu conhecia, antes que eu pudesse seguir a antiga frase “Escreva sobre o que você sabe."

Com Percy Jackson senti o mesmo que senti com Tequila Vermelha. Percy foi um personagem que simplesmente insistiu em ser criado.





Bom campistas, espero que tenham gostado. Semana que vem traduziremos mais cinco perguntas, mas elas estarão sempre disponíveis no site oficial de Rick Riordan se você quiser dar uma olhada!

Até o próximo post!


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