13 de fevereiro de 2013

Dê uma espiada em "O Filho de Sobek"

Olá Campistas,

Como mencionado em posts anteriores, Rick Riordan escreveu um conto chamado "O Filho de Sobek," uma aventura de Carter Kane e Percy Jackson.

O começo da história foi divulgada, em inglês, neste link.

Como prometido, aqui está a tradução, feita pelo Acampamento Bruxo!

Espero que gostem, até a próxima postagem :)




O Filho de Sobek

A superfície do rio estava agitada e com bolhas. O crocodilo se fora, mas de pé no pântano á seis metros de distância, estava um garoto de jeans e uma camiseta laranja desbotada onde se lia ACAMPAMENTO alguma coisa. Eu não conseguia ler o resto. Ele parecia um pouco mais velho do que eu - dezessete anos, talvez- e tinha cabelos pretos despenteados e olhos verdes da cor do mar. O que realmente chamou minha atenção foi sua espada- uma lâmina de dois gumes brilhando fracamente em bronze.
Eu não sei qual de nós ficou mais surpreso.
Por um segundo, o Garoto Campista apenas me encarou. Ele notou meu kopesh e minha varinha, e eu tive a sensação de que ele realmente via as coisas como elas eram. Mortais normais têm problemas em enxergar a magia. O cérebro deles não conseguem interpretá-la, então eles deveriam olhar para minha espada,por exemplo, e ver um bastão de baseball ou uma bengala.
Mas esse garoto... ele era diferente. Eu calculei que ele fosse um mago. O único problema era que eu já havia me encontrado com a maioria dos magos de todos os nomos da América do Norte, e eu nunca vira esse garoto antes. Eu também nunca vira uma espada como aquela. Tudo nesse garoto parecia tão... não-Egípcio. 
"O crocodilo," eu disse, tentando manter minha voz calma e equilibrada. "Para onde ele foi?"
O Garoto Campista franziu as sobrancelhas. "De nada."
"O que?"
"Eu atingi aquele crocodilo." ele imitou a ação com sua espada. "Por isso ele o vomitou. Então, de nada. O que você estava fazendo lá?"
Eu admito que não estava no melhor humor. Eu fedia. Eu doía. E sim, eu estava um pouco constrangido: O poderoso Carter Kane, chefe da Casa do Brooklyn, havia sido vomitado da boca de um crocodilo como uma bola de pelos.
"Eu estava descansando," eu retruquei. "O que você acha  que eu estava fazendo? Agora, quem é você, e por que você está lutando com o meu monstro?"
"Seu mostro?" O garoto avançou em minha direção pela água. Ele parecia não ter problemas com a lama. "Olhe, cara, eu não sei quem é você, mas esse crocodilo esteve aterrorizando Long Island por semanas. Eu levei isso pelo lado pessoal, visto que lá é minha casa. Alguns dias atrás, ele comeu um de nossos pégasos."
Um choque subiu pela minha espinha como se eu tivesse me apoiado em uma cerca elétrica.
"Você disse pégasos?"
Ele abanou a questão para longe. "É o seu monstro ou não?"
"Ele não é meu!" Eu rosnei. "Eu estava tentando pará-lo. Agora, onde-"
"O crocodilo foi para aquele lado," ele apontou com sua espada para o Sul. "Eu já estaria perseguindo-o, mas você me surpreendeu."
Ele me avaliou, o que era meio desconcentrante, sendo que ele era quinze centímetros mais alto. Eu ainda não conseguia ler sua camiseta exceto a palavra ACAMPAMENTO.Em torno de seu pescoço pendia um colar de couro com algumas contas de argila coloridas, como um projeto de arte de uma criança. Ele não estava carregando um pacote de mago ou uma varinha. Talvez ele as guardasse no Duat? Ou talvez ele fosse apenas um mortal delirante que achara uma espada mágica acidentalmente e pensava ser um super-herói. Relíquias antigas podem realmente mexer com a sua cabeça.
Finalmente ele sacudiu a cabeça. "Desisto. Filho de Ares? Você tem que ser um meio-sangue, mas o que aconteceu com a sua espada? Está toda torta."
"É um kopesh." Meu choque estava rapidamente se tornando raiva. "É para ser torto."
Mas eu não estava pensando na espada.
O Garoto Campista acabara de me chamar de meio-sangue? Talvez eu não o ouvira direito. Mas meu pai era Afro-Americano. Minha mãe era branca. Meio-sangue não era uma palavra que eu gostava.
"Apenas saia daqui," eu disse cerrando os dentes. "Eu tenho um crocodilo para capturar."
"Cara, eu tenho um crocodilo para capturar," ele insistiu. "A última vez que você tentou, ele o engoliu. Você se lembra?"
Meus dedos se fecharam no punho de minha espada. "Eu tinha tudo sob controle. Eu estava indo convocar um punho-"
Pelo o que aconteceu depois, eu assumo toda a responsabilidade.
Eu não queria fazer isso. Honestamente. Mas eu estava bravo. E como eu já devo ter mencionado, eu não sou sempre bom em canalizar palavras de poder. Quando eu estava na barriga do crocodilo, eu estava me preparando para convocar o Punho de Hórus, uma mão gigante e brilhante azul que pode pulverizar portas, paredes, e o que mais estiver em seu caminho. Meu plano era socar o crocodilo. Brutal, sim; mas com esperanças, efetivo.
Eu suponho que o feitiço ainda estivesse em minha cabeça, pronto para ser disparado como uma arma carregada. Encarando o Garoto Campista, eu estava furioso, sem mencionar atordoado e confuso; então quando eu quis dizer a palavra em inglês punho, ela saiu em Egípcio Antigo:
Khefa.
Um hieróglifo simples: 


Você nunca imaginaria que ele poderia causar tantos problemas.

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